Em busca de atingir suas metas ambientais, sociais e de governança (ESG), a Cofco International, uma das maiores empresas de agronegócio do país, vai transportar parte de seus carregamentos de grãos por caminhões movidos a gás natural liquefeito (GNL). Para isso, a empresa fechou um negócio com a VirtuGNL, especialista nesse tipo de frota.
O contrato inicial, cujo valor não foi revelado, prevê o carregamento de 18 mil toneladas de soja e milho por mês das regiões produtoras de Balsas, no Maranhão, para o Porto de Itaqui, no mesmo Estado. O acordo vale por dois anos.
“Nesse período, haverá uma redução de 20% na emissão de CO2 e de 90% em gases particulados”, afirmou ao Valor Fabrício Degani, diretor de logística para a divisão de Grãos e Oleaginosas da Cofco no Brasil.
Essa conta leva em consideração que a frota abastecida por GNL para esta rota terá 30 caminhões com consumo diário de 8.480 Nm³ de gás natural, o que resulta na redução de 20% da emissão de gases do efeito estufa (CO2) e de 90% da liberação de gases particulados (NOx/SOx), nocivos à saúde, comparada com veículos movidos a diesel. As metas são validadas pelo Science-Based Targets initiative (SBTi).
Segundo Degani, a trading transporta nessa rota cerca de 1 milhão de toneladas de grãos a cada safra por meio de caminhões e ferrovias. Portanto, o volume acordado deve chegar a 20% do originado na região pela Cofco para exportação.
A VirtuGNL também atenderá a Yara International, com essa mesma frota, no frete de retorno de fertilizantes que chegam pelo porto de Itaqui, fechando um ciclo de importação e exportação. A companhia também já atende empresas de mineração na região.
A empresa de transporte é parceira da Scania, que fornece os caminhões, e da Eneva, que produz a molécula de gás na região do Matopiba, confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O contrato entre essas empresas foi anunciado em outubro deste ano e prevê a entrega de 180 caminhões movidos a GNL, ao custo unitário de R$ 1 milhão.
Na ocasião da divulgação do acordo, a Eneva afirmou que espera uma demanda de 9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, com uma redução na intensidade de emissões de 2 milhões de toneladas de gás carbônico por ano.
"Estamos entusiasmados em anunciar esta parceria com a Cofco, mais um passo importante do agro em consonância com a nossa jornada em direção à sustentabilidade”, disse José de Moura Jr., CEO da VirtuGNL.
Atualmente, a Scania importa os caminhões, mas eles serão produzidos em São Bernardo do Campo (SP), a partir de maio.